Gozamos, a plena liberdade de escolha dos nossos relacionamentos, mas isto não resolve todos os nossos problemas em relação ao outro: como saber com segurança se fizemos a escolha certa? Que vantagens e confortos esse poder de escolha nos traz?
Talvez, inúmeras, no entanto, esse excesso de liberdade possibilita trocas constantes de casais, tornando as relações humanas superficiais, alheias a qualquer forma de comprometimento, egocêntricas, descartáveis e competitivas.
As pessoas que vivem um bom relacionamento são assombradas também por ondas de insatisfação. A relação tem tudo para dar certo, mas os protagonistas dela ficam com a sensação de que estão perdendo algo melhor e não se entregam totalmente.
Como sugere Bauman (2014), em seu livro “Amor Líquido”, sobre a fragilidade dos laços humanos. “Vivemos tempos líquidos, nada é para durar. Os seres humanos têm medo de sofrer e pensam que não mantendo uma relação estável e duradoura, irão parar de sofrer ou diminuir a dor, trocando de parceiros, amigos, namorados, noivos, amantes, etc.”.
O medo de sofrer é uma crença limitadora. Na verdade, a motivação básica de todos os seres humanos é buscar a felicidade e se afastar do que causa dor.
Temos modelos mentais que determinam nossas ações perante a vida. São nossas crenças, experiências anteriores que ficam armazenadas no nosso cérebro e valores, adquiridos por nossos pais e por pessoas que admiramos. Para podermos mudar essas crenças, quando negativas, precisamos primeiro perceber quais são as mensagens que enviamos para nosso cérebro que nos incapacitam de seguir adiante.
Esses pensamentos ficam como imprinting em nossa psiquê e nos impedem de mudar paradigmas e alavancar nosso potencial afetivo.
São pensamentos do tipo:
– e se eu sofrer?
– e se ninguém mais gostar de mim?
– será que vou ficar para sempre sozinho(a)?
– eu não mereço.
– eu não consigo.
– eu não posso.
– quem disse que posso ser feliz?
Para romper com essas crenças é preciso fazer diversos questionamentos, saber o porquê e compreender que são inadequadas e ressignificá-las.
Quando isso acontece, mudamos nossa forma de pensar, nossos sentimentos tornam-se mais positivos e tudo que reconhecermos com sentimento irá se tornar uma realidade. Como consequência desse processo, o nosso comportamento será outro, mais sublime. Asseguraremos nossa autoestima.
Autoestima é um conjunto de crenças que temos a respeito de nós mesmos.
Quando temos autoestima, tornamo-nos mais seguros, confiantes e determinados. Com isso, podemos evitar o início de uma relação com escolhas inadequadas. Caso nos sintamos inferiores, desvalorizados e rejeitados, qualquer um serve (contanto que me faça companhia) e nesse momento, é impossível ter um(a) parceiro(a) ideal.
Quando estiver em um relacionamento procure se questionar sobre a forma como você vive essa relação.
Costumo dizer aos pacientes, durante a terapia de casal, que a solução nem sempre é trocar o cônjuge, muitas vezes é melhor trocar a forma de se relacionarem.
Acima de tudo é preciso ter respeito e admiração. Respeito pela individualidade da cada um, admiração pelo o que o outro é e não pelo o que você pensou que ele(a) fosse. Esses são elementos importantes para um romance de longa duração.
O que quero dizer é que não existe o par perfeito, mas existe o par ideal, aquele que é o ideal para você. Nesse momento, vale parar e refletir:
Quais são as qualidades que você acredita serem imprescindíveis no outro e quais você não gosta, mas pode aceitar?
A experiência clínica mostra que todos possuem uma necessidade básica de amar e ser amado e para que isso ocorra é preciso uma dose extra de autêntica doação
emocional. Relacione-se sempre com o seu EU verdadeiro, não demonstre ser quem você não é.
Se seu parceiro(a) for alguém com quem você goste de conversar, que não a menospreze ou o menospreze; caso você se sinta valorizado e respeitado e, sobretudo, perceba que ambos estão sintonizados no cultivo desta relação, com muito carinho, então sorria: você encontrou o seu parceiro ideal.
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